30 minutos de luz e o resto de escuridão
A distância que separa a região de Ghouta Oriental de Damasco, capital da Síria, é quase a mesma que separa o Cais do Sodré do Parque das Nações, em Lisboa. Na capital, a vida segue a normalidade possível mas ali a vida passou para debaixo do solo. Em caves húmidas, escuras e poeirentas vivem às vezes mais de 20 famílias que nas poucas horas em que as bombas e os tiros cessam tentam encontrar combustível, comida e agasalho nos escombros das casas dos vizinhos, irreconhecíveis após quatro anos de cerco. O regime de Bashar al-Assad, com a ajuda da Rússia e do Irão, está a repetir em Ghouta Oriental o que já tinha feito em Alepo e se a História nos ensina alguma coisa é que não há idealismo que resista à imagem de vermos os nossos a passar fome