ECONOMIA

Orçamento. Mais exames nos centros de saúde

FOTO RUI DUARTE SILVA

Governo vai reforçar a aposta nos cuidados primários e nas respostas na comunidade para aliviar a procura aos hospitais

TEXTO VERA LÚCIA ARREIGOSO

Não vêm identificados na proposta de Orçamento do Estado para 2019 quais vão ser, em concreto, mas os centros de saúde deverão ter mais meios complementares de diagnóstico e terapêutica para responder à população. No orçamento da Saúde para o próximo ano, consta que deverá avançar-se com a “introdução de novas respostas” nesta área bem como “o alargamento das experiências no âmbito da saúde oral e visual”. O objetivo é o de “expandir e melhorar a capacidade da rede” naquela que deve ser a primeira porta de entrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

É clara a intenção do Governo em aliviar a pressão sobre a rede hospitalar, sobretudo na Urgência - cada vez mais congestionada por doentes não urgentes - , aumentando a capacidade de atendimento dos profissionais nos cuidados de saúde primários. O reforço passa por “melhorar o acesso e a cobertura da população através da abertura de concursos para o preenchimento de vagas na área da medicina geral e familiar, do alargamento da intervenção das equipas de saúde familiar e da abertura de novas Unidades de Saúde Familiar”.

Outro dos sinais claros para levar mais o médico ao doente e menos o doente ao médico é, por exemplo, uma maior aposta na “biomonitorização e gestão da doença crónica”, desde logo dando maior autonomia e capacidade de intervenção e decisão ao próprio doente. Outro exemplo do aumento dos cuidados à distância é a “promoção e alargamento do recurso à telessaúde, nomeadamente na área da dermatologia". O propósito é o de "aumentar a proximidade dos cuidados de saúde à população, diminuir os tempos de espera e aumentar os diagnósticos precoces”. Trata-se também de um esforço claro na prevenção, uma das rubricas mais pobres do SNS.

EXERCÍCIO FÍSICO COM PRESCRIÇÃO MÉDICA

Ainda com o objetivo de prevenir para não ter de tratar, o Governo inscreve no texto do Orçamento para 2019 “a prescrição e o aconselhamento da atividade física”. Na saúde oral, área igualmente deficitária e de grande carência para a população, são anunciadas mais consultas de medicina dentária nos centros de saúde, “em pelo menos 60% dos municípios portugueses” já no próximo ano e em todo o país em 2020.

Sob crítica cerrada, a resposta em emergência médica não foi esquecida e terá mais meios. O Governo anuncia “um reforço da rede nacional de veículos de emergência, adaptada às necessidades das regiões do país” e ainda “o desenvolvimento do sistema de telemedicina para as ambulâncias”.

E os grandes projetos, várias vezes anunciados, mantém-se de pé. No caso, os novos hospitais a edificar. No continente, Lisboa Oriental, Évora, Sintra e Seixal vão continuar a avançar, para já, ainda apenas nos trâmites legais. As velocidades variam e só para as novas unidades em Sintra e no Seixal é estimada uma data de abertura, entre 2021 e 2022.