“A esquerda triunfa”, “a extrema-direita irrompe pelo Parlamento”: as legislativas portuguesas vistas lá fora

António Costa festejando a vitória do PS <span class="creditofoto">Foto Tiago Miranda</span>

António Costa festejando a vitória do PS Foto Tiago Miranda

A vitória do PS nas eleições legislativas deste domingo é notícia em vários órgãos internacionais de comunicação social. Sublinhando a necessidade de entendimentos com outros partidos, devido à ausência de uma maioria absoluta, a imprensa refere também a estreia da extrema-direita no Parlamento português

Texto Hélder Gomes

O socialista Costa ganha as eleições em Portugal”, titula esta segunda-feira o “El País”. “PC e Bloco descartam uma reedição da ‘geringonça’, um acordo de legislatura entre as esquerdas”, acrescenta o jornal espanhol.

Já o “El Mundo” escreve, em título, que “os socialistas vencem sem maioria absoluta e a extrema-direita irrompe pelo Parlamento português”. “O país vizinho perdeu o seu estatuto de único da Europa sem a extrema-direita num órgão legislativo”, reforça.

O francês “Le Monde” escreve que “a esquerda triunfa” nas legislativas portuguesas. “Na era de uma Europa abalada pelo ‘desenraizamento’ e pela vaga de candidatos ‘antissistema’, a vitória inequívoca do tradicional Partido Socialista é um feito”, refere.

“Socialistas mantêm-se no poder com maior votação”, escreve, por sua vez, o britânico “The Guardian”, lembrando que “António Costa resiste à tendência de declínio da esquerda europeia mas fica aquém da maioria absoluta”.

O italiano “La Repubblica” anota que “as urnas premiaram os três partidos da geringonça, que tiraram o país da crise graças a uma política que cancelou algumas das medidas impostas pela troika sem fazer explodir o equilíbrio orçamental”. O jornal atribui esta conquista “à ótima conjuntura económica e ao boom do turismo”.

O serviço público de rádio e televisão Deutsche Welle noticia que “o Partido Socialista beneficiou da economia em crescimento”. “Portugal é um dos poucos países europeus onde os populistas de direita continuam insignificantes”, junta a cadeia alemã.

No Brasil, a “Folha de S. Paulo” titula: “Partido Socialista vence eleições com folga e aumenta poder em Portugal”. “Mesmo com mais assentos do que em 2015”, prossegue, o PS “ainda precisa fazer alianças para governar”.

O jornal “The New York Times” refere que “o primeiro-ministro é reeleito” e que “os socialistas solidificam posição”. “Os eleitores premiaram o Partido Socialista por devolver o país a um crescimento robusto e à saúde orçamental”, escreve o diário norte-americano.

A Reuters sublinha que “os socialistas melhoram votação mas ainda precisam de aliados”. A agência de notícias ainda dá nota do crescimento do PAN (“Partido pró-ambiente consegue quatro assentos”) e da entrada do Chega no Parlamento (“Partido de extrema-direita consegue primeiro assento desde fim da ditadura”).