ESPIONAGEM
\n\nMerkel quer um “novo começo” na relação com os Estados Unidos
\n\nTEXTO ALEXANDRE COSTA
\n\n\r\n\r\n\r\nA expulsão do responsável da CIA em Berlim é apresentada como um “caso extraordinário” que refletiu a frustração da Alemanha perante a descoberta da espionagem efetuada pelos Estados Unidos, país que é considerado um dos seus maiores aliados
\n\nA Alemanha propôs um “novo começo” no relacionamento com os Estados Unidos, após ter ordenado a expulsão do mais alto responsável da CIA no país, que desempenhava funções na Embaixada norte-americana em Berlim, por implicação em duas situações de espionagem levadas a cabo pelos Estados Unidos sobre a Alemanha.
\n\nO ministro dos Negócios Estrangeiros germânico, Frank-Walter Steinmeier, descreveu o sucedido como um “caso extraordinário”, que refletiu a frustração da chanceler Angela Merkel pela atuação do país que considera ser um dos seus maiores aliados.
\n\nA Alemanha pretende que a expulsão seja encarada como um fechar de um capítulo e que seja sucedido por novos moldes no relacionamento entre ambos os países.
\n\n“Nós precisamos e esperamos uma parceria baseada na confiança”, afirmou o ministro. “Nós gostaríamos de revigorar a nossa parceria e amizade na base da honestidade”, acrescentou o governante, que indicou ir passar essa mensagem no encontro que terá com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, este fim de semana em Viena de Áustria.
\n\nMerkel e Obama não falaram ao telefone
\n\nMerkel e Obama não falaram diretamente pelo telefone desde o anúncio da expulsão e nem tencionam fazê-lo em breve, mas ambos têm mantido um estreito contacto, segundo afirmou o porta-voz da chanceler alemã, Steffen Seibert.
\n\nO responsável da CIA terá tido um papel chave na passagem de documentos para os Estados Unidos, efetuada pelo agente dos serviços de informação germânicos, detido na semana passada, e por um militar que desempenhava funções no Ministério do Interior alemão.
\n\nApesar de o militar não ter sido detido, o seu caso, revelado esta semana, foi apresentado como “mais grave”.
\n\nEstas descobertas ocorrem meses depois das revelações de Edward Snowden terem dado conta que a secreta norte-americana NSA espiara o telemóvel de Angela Merkel.
\n\n“Os Estados Unidos ainda não tomaram consciência do peso deste caso nas relações Alemanha-América”, afirmou quinta-feira Wolfganf Bosbach, deputado Partido Democrata Cristão de Merkel. “A Alemanha não pode tolerar atividades de espionagem no seu território.”
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CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
\n\nObama propõe ajuda mas sem dialogar com o Hamas
\n\nTEXTO ALEXANDRE COSTA
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Num telefonema com o primeiro-ministro israelita, o Presidente norte-americano propôs “ajudar para o fim das hostilidades”. Desde terça-feira, mais de 90 pessoas morreram em sequência dos raides aéreos que Israel efetuou sobre a Faixa de Gaza
\n\nO Presidente norte-americano, Barack Obama, exprimiu a sua disponibilidade para contribuir para as negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, num telefonema que manteve quinta-feira com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
\n\nOs bombardeamentos que Israel está a efetuar desde terça-feira sobre a Faixa de Gaza já causaram mais de 90 mortos e 600 feridos, grande parte dos quais civis, segundo indicam as autoridades palestinianas.
\n\n“O Presidente expressou a sua preocupação sobre o risco da continuação da escalada [do conflito] e enfatizou a necessidade de todos os lados fazerem tudo o que estiver ao seu alcance para protegerem as vidas de civis e para o regresso da calma”, referiu um comunicado da Casa Branca.
\n\nObama propôs “ajudar para o fim das hostilidades”, manifestando-se preocupado com a hipótese de o conflito entre Israel e o Hamas vir a tomar outras dimensões. Mas os Estados Unidos consideram o Hamas uma organização terrorista, mantendo uma política de não-contacto com os seus elementos, posição que não permitirá que desempenhem o papel de mediadores nas negociações com Israel.
\n\nEgito, Turquia e Qatar perfilam-se como possíveis mediadores.
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MUNDIAL
\n\nAdeptos do Gana pedem asilo político no Brasil
\n\nTEXTO CRISTINA PERES
\n\n\r\n\r\n\r\nVistos de turismo abrem as portas aos pedidos de asilo político. Polícia calcula que, após a final do Mundial, haverá ainda mais solicitações do género
\n\nA polícia federal brasileira recebeu pedidos de asilo político de 200 adeptos do Gana, que viajaram com vistos de turismo para assistir ao Mundial 2014 de futebol.
\n\nOs pedidos foram feitos por muçulmanos que alegam perseguição religiosa no contexto dos conflitos no Gana e foram entregues às autoridades brasileiras na cidade de Caxias do Sul, uma zona próspera do Brasil. Porém, o correspondente da BBC na capital ganesa, Accra, confirma não haver registo de conflitos religiosos no país.
\n\n“Esta região da Serra Gaúcha é conhecida por ter pleno emprego, pelo que se tornou um íman para trabalhadores estrangeiros”, declarou o chefe da polícia federal Noerci da Silva Melo à Agência Brasil. As autoridades acreditam que muitos dos ganeses procuram adquirir deste modo o direito de trabalhar legalmente no Brasil, uma vez que a legislação do país permite que os potenciais refugiados possam trabalhar no país a partir do momento em que entreguem o pedido de asilo. Caxias do Sul encontra-se a 1.600 quilómetros de distância dos estádios em que os ganeses jogaram no campeonato, nas cidades nordestinas de Natal e Fortaleza e na capital, Brasília.
\n\nSilva Melo acrescentou que as ruas da cidade estão sobrepovoadas e “cheias de haitianos e senegaleses vendendo CD piratas e relógios”. A polícia calcula que, após a final do Mundial, haverá cerca de mais mil pedidos de asilo político pela parte de cidadãos ganeses. A BBC cita o ministro ganês do Desporto, Mahama Ayariga, expressando as suas dúvidas, uma vez que apenas 650 fãs tinham oficialmente partido para o Brasil. Acredita-se que os requerentes de asilo façam parte desse grupo.
\n\nO pedido de asilo tem de ser requerido pessoalmente e no país a que se candidata. A maioria dos ganeses que pediram asilo em Caxias do Sul foram acolhidos pelas igrejas católicas locais.
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UCRÂNIA
\n\nExército e separatistas preparam-se para o derradeiro confronto
\n\nTEXTO ANTÓNIO MOURA DOS SANTOS
\n\n\r\n\r\n\r\nAs forças governamentais querem tomar as últimas cidades sob domínio rebelde, mas têm um adversário que se irá bater até às últimas consequências, através de táticas de guerrilha
\n\nApós três meses de combates, o exército ucraniano encontra-se às portas de Donetsk e Luhansk, os últimos bastiões dos separatistas pró-russos. Contudo, os rebeldes não cairão com facilidade e o risco de o conflito afetar os numerosos habitantes destas cidades já levou alguns líderes europeus a apelar a um novo cessar-fogo.
\n\nCom a conquista de Sloviansk consumada, as forças de Kiev avançam agora a todo o gás até às últimas zonas no leste ucraniano ainda controladas pelos separatistas. De acordo com o “The Guardian”, um batalhão de mais de 100 veículos blindados foi avistado a chegar aos arredores de Donetsk na noite de quarta-feira. As tropas governamentais cercam agora a capital da autoproclamada República Popular de Donetsk a norte, sul e oeste, com menos de 10 quilómetros a separá-las dos rebeldes entrincheirados.
\n\nOs confrontos já começaram, apesar de o exército ainda não ter invadido a cidade. O aeroporto de Donetsk, localizado a menos de 10 quilómetros do centro da cidade e controlado pelas tropas de Kiev desde Maio, foi alvo de bombardeamentos por parte dos rebeldes durante cerca de uma hora na quinta-feira à noite. O exército ucraniano ainda não respondeu a este ataque, mas os separatistas comunicaram à agência russa Ria Novosti que irão continuar a ofensiva. Desde quarta-feira já morreram quatro soldados ucranianos em vários confrontos e 5 mineiros foram vitimados na região de Chervonopartizansk após o seu autocarro ser atingido por um tiro de morteiro.
\n\nAinda que os números sejam desiguais entre as tropas de Kiev, mais numerosas e mais equipadas, e os guerrilheiros, que já não podem contar com o apoio de Moscovo, o conflito não promete ter uma resolução rápida. O Presidente ucraniano Petro Poroshenko não quer que Donetsk seja tomada por via de ataques aéreos e de artilharia, pois poderá causar um grande número de baixas civis numa cidade de mais de 900 mil habitantes. O exército diz, no entanto, ter planeada uma “surpresa desagradável”.
\n\nPor outro lado, os rebeldes não tencionam arredar pé, já que esta é a sua última posição de defesa depois de terem sido forçados a bater em retirada de Sloviansk e de outras cidades menores. Numa entrevista à BBC, Oleg Tsaryov, um dos líderes dos separatistas, disse “conhecer o estado de espírito dos insurgentes”, que “não se renderão”.
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BERGDAHL
\n\nO que vale este sorriso?
\n\nTEXTO TIAGO DA BERNARDA
\n\n\r\n\r\n\r\nFotografia do sargento dos Estados Unidos capturado em 2009 foi publicada pela rede terrorista paquistanesa Haqqani. Departamento da Defesa diz que deve ser visto como “100% propaganda talibã”
\n\nCapturado durante cinco anos pelas forças talibãs, o sargento Bowe Bergdhal regressou aos Estados Unidos em maio - foi “trocado” por cinco reclusos detido em Guantánamo. Uma fotografia publica quinta-feira no Twitter mostra o sargento sorridente e acompanhado de um líder talibã. A imagem foi publicada pela Haqqani, uma rede terrorista paquistanesa.
\n\nEm reação à fotografia, um porta-voz do Pentágono diz que não há razão para acreditar no seu conteúdo. De acordo com o porta-voz, a fotografia apareceu nas redes sociais e ainda não foi autentificada.
\n\n“Todas as fotografias publicadas pelos talibãs ou pela Haqqani são 100% propaganda e devem ser vistas como tal”, disse.
\n\nO homem ao lado do sargento capturado chama-se Badruddin Haqqani, um comandante militar morto em 2012. A fotografia que junta os dois a sorrir foi publicada sem data.
\n\nBergdhal foi dado como capturado em 2009. Alguns dos soldados da sua unidade informaram que se tinha afastado propositadamente do seu posto durante uma expedição no Afeganistão.
\n\nNeste momento, Bergdhal encontra-se num “processo de reintegração” no estado de Texas e ainda não falou publicamente sobre a sua captura.
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CHINA
\n\nOito crianças morrem em acidente de viação
\n\nTEXTO RITA M. COSTA
\n\n\r\n\r\n\r\nAcidente com carrinha sobrelotada vitima todos os passageiros a bordo
\n\nUma pequena carrinha, com espaço para sete pessoas, transportava 11. Sobrelotado, o veículo despistou-se e caiu dentro de uma lagoa, esta quinta-feira. Todos os passageiros a bordo morreram, inclusive as oito crianças de um infantário que também seguiam na viatura. O acidente ocorreu na província de Hunan, no sul da China.
\n\nSegundo relatos dos jornais locais, a carrinha viajava por uma estrada apertada e, aparentemente, é hábito que este tipo de veículos que transporta crianças em idade escolar circule sobrelotado.
\n\nA carrinha transportava as crianças até casa juntamente com dois professores, que as acompanhavam, e um motorista. Foi por volta das 17h locais (10h em Lisboa) que o acidente terá ocorrido. Os trabalhos de resgate foram intensos e só terminaram na madrugada desta sexta-feira. As circunstâncias exatas em que o acidente ocorreu serão agora averiguadas.
\n\nCom o encurtamento dos fundos destinados à educação, estes casos de sobrelotação dos veículos tornaram-se cada vez mais frequentes. Em 2011, outro desastre semelhante vitimou 18 crianças e dois adultos, num autocarro com nove lugares que transportava 64 pessoas no momento do acidente.
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