Shaping Talent

Shaping Talent

Afonso Carvalho

2030

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Tive o prazer de ver e ouvir a Lynda Gratton pela primeira vez há cerca de 10 anos. Nesse dia fiquei maravilhado com a sua visão sobre o futuro do trabalho, com as implicações transformacionais e colaborativas no futuro das empresas e sobretudo sobre as pontes que precisam de ser construídas ou simplesmente corrigidas entre a estratégia de negócio e a estratégia de recursos humanos.

Coincidentemente, foi precisamente há 10 anos que a Lynda Gratton lançou o movimento Hot Spots, uma plataforma que estruturalmente assenta num consórcio de empresas e indivíduos que contribuem com as suas experiências e tentam antecipar tendências, desafios e soluções para uma das dimensões que nos últimos anos teima, e ainda bem, em não sair do top 3 das prioridades dos gestores, a força de trabalho.

O Future of Work Research Consortium tornou-se nos últimos anos um movimento muito ativo e com contribuições muito significativas conseguindo antecipar e propor soluções para alguns dos desafios que diariamente se colocam à força de trabalho das organizações. Uma das faces visíveis deste trabalho é o recente estudo que a PWC, em colaboração com Lynda Gratton, publicou intitulado “Worforce of the future — The competing forces shaping 2030”. Obviamente que não deixa de ser um estudo feito por consultores e que procura sensibilizar as mentes mais distraídas para os desafios que já não são do futuro, mas sim do passado e do presente, tentando acelerar a introdução de novas tecnologias, processos de trabalho e todas as mudanças críticas para um bom desempenho organizacional. De qualquer forma, o estudo prima pela introdução de uma matriz que antecipa e agrega quatro mundos do trabalho em 2030, o que nos permite deslumbrar de forma simples e resumida a multiplicidade de ecossistemas empresariais que atualmente estão vivos, a nascer ou para serem criados e quais as forças que os vão regular, nomeadamente, a humanidade, a criatividade, a responsabilidade social ou o capital.

Por último, das mensagens que o estudo deixa reforço duas, “no regrets and bets” e “people not jobs”. A primeira porque é crítico construir cenários alternativos quando se olha para um futuro incerto, fazer escolhas e arriscar e a segunda porque é óbvio que a tecnologia vai tornar redundante certas funções pelo que o foco deve estar na proteção das pessoas através da promoção da adaptabilidade e da formação contínua. 2030 pode muito bem chamar-se 2018, o futuro é agora!

Administrador do Grupo EGOR e presidente da APESPE