Economia
Portugal e Espanha são as duas economias do euro que mais vão abrandar até 2024
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Análise aos números do Fundo Monetário Internacional divulgados esta terça-feira em Washington mostram que a maior parte das economias do mundo vai perder velocidade
Texto João Silvestre e Jorge Nascimento Rodrigues
Entre 2020 e 2024, pelas contas do Expresso a partir da base de dados das projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicadas esta terça-feira no World Economic Outlook (WEO), Portugal deverá crescer a um ritmo anual médio de 1,52%. Uma velocidade que representa uma quebra de mais de um terço (34%) face ao conseguido nos cinco anos anteriores (2015-2019), quando o PIB nacional andou a uma velocidade anual média de 2,32%. A dinâmica anual de crescimento da economia portuguesa passa para metade no próximo quinquénio.
Pior, entre os países da moeda única, só Espanha e Malta onde a travagem prevista implica um corte de 42% e 49% respetivamente face ao ritmo conseguido nos últimos cinco anos. A Irlanda é o caso mais flagrante de desaceleração na zona euro, com uma redução da dinâmica de crescimento em 70%, embora a comparação esteja enviesada pelo facto de, em 2015, o Produto Interno Bruto irlandês ter tido uma revisão que permitiu um salto de 25%.
Portugal e Espanha vão estar no pelotão do meio na dinâmica de crescimento na zona euro, com uma taxa média anual entre 1% e 1,7%. Espanha lidera este grupo com 1,7%, seguida da Áustria com 1,6% e depois por Holanda e Portugal com 1,5%. A Alemanha tem o pior desempenho neste grupo do meio, com um crescimento médio de 1,3%. Bélgica, França, Finlândia e Grécia crescem em média 1,3 a 1,4%.
O grupo da frente, com crescimentos acima de 2% é liderado por Malta (3,6%) e Irlanda (3%), e agrupa ainda os outros pequenos ‘tigres’ europeus – Letónia, Estónia, Eslováquia, Luxemburgo. Chipre, Lituânia e Eslovénia – que vão continuar a crescer acima de Portugal. O pior desempenho é o da Itália, com um crescimento médio de 0,6%, praticamente em quase estagnação desde 2019.
Para a maior parte das economias mundiais, mais concretamente 106 num total de 194 com estatísticas já disponibilizadas pelo FMI, os próximos cinco anos vão ser de desaceleração. E esta tendência atinge mais marcadamente, a América do Sul, a zona euro e o G7 (as sete principais economias desenvolvidas). Em contraste, as Caraíbas, o Médio Oriente e a África subsaariana vão registar a maior aceleração económica até 2024 em relação ao crescimento registado de 2015 a 2019.
Os “motores” do crescimento mundial, com taxas acima de 6% nos próximos cinco anos, vão deslocar-se para a Índia (que vai cresce acima de 7%), para quatro das economias do sudoeste asiático – Vietname, Filipinas, Myanmar e Camboja – e para um grupo de outras 18 economias em desenvolvimento, algumas das quais das mais pobres do mundo, como Moçambique.
Análise aos números do Fundo Monetário Internacional divulgados esta terça-feira em Washington mostram que a maior parte das economias do mundo vai perder velocidade