Opinião

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Martim Silva

Caminho (quase) livre para Trump

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Foto reuters

Desde relativamente cedo que se percebeu que o caminho para evitar a reeleição de Trump, ou simplesmente para conseguir o seu afastamento da Casa Branca, passava mais pela investigação ao conluio com a Rússia de Putin do que propriamente pelos efeitos dos seus disparates ou das políticas mais ou menos erráticas.

Com o crescimento da economia norte-americana, a saída de cena de Donald Trump como homem mais poderoso do planeta dependia mais da investigação de Robert Mueller do que do voto popular ou da capacidade de reorganização dos Democratas, ainda em busca de um sucessor efetivo de Barack Obama.

Para quem achava um pesadelo a possibilidade de ver o homem da melena loura na Casa Branca entre 2016 e 2020, o melhor mesmo é estar preparado, porque Trump vai ser o presidente da maior potência do planeta até 2024

Com a conclusão da investigação de quase dois anos de Robert Mueller, cujo relatório completo ainda está por conhecer, uma conclusão parece desde logo evidente: trata-se de uma tremenda vitória para Donald Trump e a sua Administração, que sempre negaram qualquer conluio com a Rússia durante a campanha presidencial de 2016 e sempre reclamaram que as investigações à volta do Presidente mais não eram que uma enorme caça às bruxas.

Pois, mas a caça às bruxas deu em pouco ou nada. E Trump não se vai cansar de o repetir.

Agora, ainda resta aos Democratas prosseguirem as investigações no Parlamento, centradas sobretudo na alegada obstrução à justiça levada a cabo por Trump - nomeadamente com o afastamento do antigo responsável máximo pelo FBI James Comey, por não responder favoravelmente às pretensões do Presidente de ver as investigações abandonadas ou afrouxadas.

Seja como for, a não acusação a Donald Trump abre-lhe o caminho para a reeleição no próximo ano.

Para quem achava um pesadelo a possibilidade de ver o homem da melena loura na Casa Branca entre 2016 e 2020, o melhor mesmo é estar preparado, e tomar uns sais de fruto, porque Trump vai ser o presidente da maior potência do planeta até 2024.