Segurança

Vigilância especial à porta 5 no Sporting-Rosenborg

Frederico Varandas anunciou no domingo à noite o fim dos protocolos entre o clube e a Juventude Leonina <span class="creditofoto">Foto Henrique Casinhas/SOPA Images/LightRocket</span>

Frederico Varandas anunciou no domingo à noite o fim dos protocolos entre o clube e a Juventude Leonina Foto Henrique Casinhas/SOPA Images/LightRocket

Entrada das claques na conhecida ‘curva sul’ do estádio antes do início do jogo da Liga Europa preocupa as autoridades. Divórcio litigioso entre presidente Frederico Varandas e a Juventude Leonina pode gerar alta tensão em Alvalade esta quinta-feira à noite

Texto Hugo Franco

O braço de ferro entre o presidente do Sporting, Frederico Varandas, e a claque Juventude Leonina está a ser seguido com muita atenção, e com alguma preocupação, pelas autoridades. Para o jogo desta quinta-feira à noite entre o Sporting e o Rosenborg, a contar para a Liga Europa, é mais do que certo que a segurança será reforçada no interior e no exterior do estádio Alvalade XXI.

O Expresso sabe que um dos locais alvo de atenção especial será a Porta 5, por onde entram todas as claques do clube: Juventude Leonina, Diretivo Ultra XXI e Torcida Verde.

O facto de Varandas ter acabado com os protocolos que mantinha com a Juventude Leonina e a Diretivo Ultra XXI − depois de vários incidentes, que culminaram com os protestos contra o presidente do clube no Pavilhão João Rocha no último domingo, durante o jogo de futsal contra os Leões de Porto Salvo − pode levar a uma reação negativa, e de forma organizada, destes grupos de adeptos antes, durante e depois do jogo desta quinta-feira.

A polícia teme, por exemplo, que os ultra do Sporting se unam no sentido de impedir a entrada de pessoas naquele sector, o que pode levar a reações extremadas entre adeptos. “O objetivo pode ser o de deixar a ‘curva sul’ vazia durante o jogo contra o Rosenborg como forma de protesto.” A interdição colocada pelo clube à introdução no recinto de bandeiras e faixas das duas claques deverá também gerar tensão.

Outras zonas que merecem uma vigilância mais apertada são os acessos à bancada central e por onde normalmente entram os dirigentes do clube. Mas a imprevisibilidade das ações destes adeptos, que têm anunciado protestos em blogues e redes sociais, é precisamente uma das grandes dores de cabeça das autoridades.

A rapidez com que a PSP reagiu depois da derrota inesperada do Sporting contra o Alverca para a Taça de Portugal, na última quinta-feira, deixa antever que a prevenção policial está no ponto máximo nas bandas de Alvalade. Logo depois do apito final em Alverca, vários elementos da Polícia fizeram um cordão de segurança junto ao estádio do Sporting e mais precisamente na zona de onde saem as viaturas de jogadores e dirigentes leoninos.

Os protestos naquela noite não foram significativos. Ao contrário do que viria a acontecer três dias depois no Pavilhão João Rocha, quando os adeptos gritaram “Varandas, o que fazes aqui?” e partiram os vidros do carro de Miguel Afonso, dirigente do Sporting. Nessa mesma noite, Varandas anunciou o fim dos protocolos com duas das claques.

É por isso expectável que além de agentes fardados e dos spotters que acompanham habitualmente estes grupos organizados, esteja presente na quinta-feira à noite em Alvalade um número elevado de operacionais à paisana.

Faixas, bandeiras e tambores proibidos

A Juventude Leonina anunciou na página do Facebook esta terça-feira que lhes foi proibido que entrassem no Estádio Alvalade XXI e no Pavilhão João Rocha com faixas, bandeiras, tambores, megafones e “todo material usado pela claque que serve de apoio” às equipas do Sporting. “Proibições essas que só vinham acontecendo nos estádios adversários, mas que agora acontecem na nossa própria casa”, frisa.

A mais antiga claque do Sporting − que tinha já arrasado a gestão de Frederico Varandas em comunicado publicado no Facebook esta semana − revelou também que foram canceladas pelo clube as gamebox de sócios compradas através da Juventude Leonina. “Tentámos saber a solução, para que os sócios com gamebox paga possam assistir aos jogos, mas fomos informados que a direção não sabe se devolve o dinheiro ou se faz um upgrade das mesmas.”