Israel, o filho pródigo da esquerda
O antissemitismo está de regresso ao centro da esquerda. Muitos já nem disfarçam. Nas últimas décadas, criticar Israel foi sempre um mantra da esquerda, apesar de Israel ser a única sociedade do Médio Oriente que respeita as causas diletas da esquerda. Mas, nos últimos anos, temos assistido a algo novo - a radicalização desse discurso. Já não é apenas antissionismo ou antipolítica externa de Israel, é um antissemitismo puro e duro, sem luvas. Este ódio contra o judeu é evidente nas faculdades e até em partidos e lá vai passando entre os intervalos da chuva, porque é de esquerda. Seja como for, este presente e o passado das últimas décadas têm um efeito estranho: quem nasceu depois do final dos anos 70 tem dificuldade em perceber que Israel começou por ser uma causa da esquerda, dos socialistas, até da URSS. O sionismo começou por ser um filho do socialismo.
A visão de Ben-Gurion não era diferente da dos marxistas. Ele acreditava que esses kibbutz e a novo Sião iriam promover uma irmandade entre as classes trabalhadoras judaicas e as classes trabalhadoras árabes