Portugal em risco máximo de abastecimento de cereais
Riscos. A vacinação tem ajudado a domar a pandemia, e Portugal, um dos países mais vacinados do planeta, muito dela tem beneficiado. Mas vivem-se dias de alto risco neste final de 2021. O petróleo disparou, a eletricidade bate recordes e as notícias de subida do preço de vários produtos sucedem-se. A economia global parou em 2020, parte da capacidade produtiva perdeu-se ou foi desviada para outros fins para tentar sobreviver, e agora não há suficiente oferta de muitos produtos no mercado internacional. Nem capacidade de os transportar. Os fretes dos contentores não param de aumentar, os portos não conseguem dar conta das filas de cargueiros em espera e, em muitos sectores, falta mesmo mão de obra. Há pessoas que, durante a pandemia, mudaram de vida e que agora, na saída da crise, não estão disponíveis para trabalhar. Pelo menos, no mesmo sector em que antes trabalhavam. A pressão sobre os preços agrava-se e a inflação, ainda longe de atingir níveis estratosféricos, é já uma preocupação. Antes da tempestade, a expectativa era que os juros continuassem baixos por alguns anos. Agora, nos piores cenários em que o Banco Central Europeu tenha de intervir, a subida pode chegar bem mais cedo. Os sinais em Portugal já são visíveis: no abastecimento de cereais, nos alimentos e na indústria