Dez escolhas
para o 3... 2... 1...
Têm bolhinhas e servem-se frescos. São os companheiros habituais dos momentos de celebração. A noite da passagem de ano é um desses momentos. Como as celebrações podem começar antes da meia-noite, aqui deixamos várias sugestões, umas de chancela nacional, outras do país de origem desta bebida fantástica
textos João Paulo Martins
Celebrar com estilo é a regra que todos procuramos seguir neste momento único. É esta ‘a’ noite do espumante/champanhe e é nesta altura do ano que desaparecem muitos milhões de garrafas, um pouco por todo o mundo. A região de Champagne é responsável pela comercialização de cerca de 300 milhões de garrafas/ano e a Catalunha aproxima-se daquele número. Por cá somos mais modestos e é mesmo difícil saber-se ao certo quantas garrafas circulam, uma vez que muitas garrafas não têm selo de Denominação de Origem (DO). A Bairrada é responsável por cerca de 10 milhões de garrafas certificadas, mas a região produz muito mais. Em Távora-Varosa há muito espumante sem DO, sendo a marca Raposeira um bom exemplo. Mais do que saber números, nesta noite interessa-nos provar coisas boas. A escolha recaiu em champanhes que são comercializados entre nós e em espumantes com preços variados que podem alegrar qualquer bolsa. A variação de preços por garrafa é enorme, quer nos nossos quer nos que chegam de fora. Há que escolher dentro da nossa zona de conforto. E para que o prazer seja total, aqui ficam algumas lembranças, as eternas regras que não devemos esquecer:
1 Esta bebida de festa requer bons copos. A tendência atual aponta para o uso de copos bem mais abertos do que a tradicional flute. Caso não disponha destes novos modelos, pode sempre usar os copos tradicionais de vinho branco. Pode assim desfrutar melhor dos aromas do vinho.
2 A temperatura de serviço é muito importante. O vinho deverá estar no frio e, uns 15 minutos antes de aberta a garrafa, pode mesmo passar pelo congelador.
3 Para esta ocasião escolha espumantes/champanhes brancos e rosés. Se tiver em casa espumante tinto guarde-o para outro momento de consumo.
4 Se tiver vinhos destes em casa há muitos anos é provável que já não estejam em condições. Ainda assim não descarte a possibilidade de os servir (caso ainda tenham gás) no final da refeição, em substituição de qualquer água gaseificada. Poderá ter uma surpresa.
5 A maioria dos champanhes não tem data de colheita, uma vez que resultam da combinação de vinhos de anos diferentes para se fazer o vinho base. Não é sinal de menor qualidade. Algumas casas já colocam no contrarrótulo a data em que o vinho levou a rolha (dégorgement), informação muito útil ao consumidor. Numa garrafeira opte pelos vinhos que tenham chegado mais recentemente.
6 Se a garrafa ficar a meio a melhor forma de ainda consumir um bom espumante no dia seguinte é usar uma rolha própria que se vende como acessório. Esqueça a história da colher de sopa a balouçar dentro da garrafa.
7 Optar por branco ou rosé é unicamente uma questão de gosto, uma vez que ambos têm atualmente muito boa qualidade.
8 O preço final resulta de múltiplos fatores, sendo o mais importante a notoriedade da marca e a quantidade produzida. Vinhos menos famosos podem ser mais baratos e terem grande qualidade. No caso do champanhe não é fácil encontrar vinhos realmente de referência abaixo dos €30.
9 No caso dos nossos espumantes, a escolha neste momento pode dirigir-se a qualquer zona do país, uma vez que em todo o lado se produz. Desta vez optámos por alguns produtos menos óbvios, mas isso não nos faz esquecer que a região de Távora-Varosa produz do melhor que o país tem.
10 Se o seu espumante não estava no frio, ou à última hora se lembrou de um que gostaria de servir mas que está na garrafeira, há que ter um plano B: ponha a garrafa num balde com gelo e água e uma boa mão cheia de sal. Se for mexendo vai verificar que o gelo derrete mais depressa e a garrafa num instante ficará temperatura certa e pronta a ser consumida.