PIB tem sobressaltos mas bem-estar dos portugueses não para de crescer desde...2013

ILUSTRAÇÃO PAULO BUCHINHO

Os economistas adoram o conceito de bem-estar. É a medida da satisfação dos agentes económicos e é o que, no limite, determina a qualidade das várias opções de política nos complexos modelos macroeconómicos. Só que bem-estar é algo que não se mede com a mesma facilidade do Produto Interno Bruto (PIB), que é muitas vezes usado em sua substituição. Ainda que não seja a mesma coisa. Há povos mais pobres mais felizes que as populações de países ricos. Apesar das dificuldades, o INE calcula o índice de bem-estar em Portugal que, embora siga mais ou menos de perto a evolução do PIB, tem um comportamento diferente. Desde 2004, o bem-estar aumentou sempre, com apenas uma descida em 2012, que coincide com o início do programa da troika em Portugal. Em 2017, cresceu 3,8%.

Mas nem tudo são rosas. Porque a crise fez mossa e os portugueses sofreram com ela. O bem-estar é calculado a partir de dois índices sintéticos — Condições materiais de vida e qualidade de vida — e estes tiveram comportamentos contrários até 2013 e só a partir de então alinharam as suas trajetórias. Refere o INE que as componentes de “Educação e a Participação Cívica” e “Governação” são as que tiveram uma evolução mais positiva. Enquanto “Trabalho e Remuneração” e “Vulnerabilidade Económica”, mais sensíveis à situação económica, foram as que tiveram desempenho menos favorável, embora estejam a recuperar desde que o PIB bateu no fundo em 2013. Para todos os efeitos, mesmo com uma economia ao nível do que era antes da crise financeira, os portugueses vivem atualmente com um PIB equivalente ao de 2008. E, mesmo com todos os problemas, Portugal estava muito longe de ser um país subdesenvolvido.

Até onde pode descer o desemprego?

Não muito mais, respondem os economistas. Pela primeira vez desde o final de 2016, a taxa de desemprego manteve-se inalterada dois trimestres consecutivos. Entre junho e setembro, manteve-se em 6,7%. E o espaço para grandes quedas já acabou. Tudo indica que o desemprego de natureza cíclica, associado aos anos negros da crise, já desapareceu e estamos agora muito próximos da chamada taxa natural de desemprego para a economia portuguesa. O conceito é teórico, mas com uma tradução prática: a partir deste patamar, associado ao funcionamento da economia em linha com o potencial, ou seja, em velocidade de cruzeiro quando usa todos os seus recursos produtivos, é muito mais difícil conseguir diminuir o desemprego.

SETE CHEFES ESTIVERAM ESTA QUARTA-FEIRA EM NOVA IORQUE A CONVITE DA TAP PARA PROMOVER O DESTINO PORTUGAL NO EVENTO DE DEGUSTAÇÃO ‘TASTE THE STARS’ EM QUE CERCA DE 300 CONVIDADOS EXPERIMENTARAM PRATOS CONFECIONADOS PELOS CHEFES TAP, NOMEADAMENTE RUI PAULA, JOSÉ AVILLEZ, RUI SILVESTRE, VÍTOR SOBRAL, GEORGE MENDES, HENRIQUE SÁ PESSOA E MIGUEL LAFFAN.

MOP reage à entrevista da JC Decaux

O presidente da Explorer, principal acionista da MOP, ataca o CEO da JC Decaux e avança para tribunal. Ao Expresso Rodrigo Guimarães diz que “já deu entrada uma impugnação judicial da decisão de adjudicação à JC Decaux (preparada por uma equipa do escritório da Vieira de Almeida). O nosso dever, como acionistas da MOP e representantes de investidores institucionais e internacionais, é promover e contribuir para um mercado transparente e verdadeiramente competitivo. Temos a profunda convicção de que ganhámos o concurso porque apresentámos o melhor preço e que fomos excluídos de forma ilegal”, refere. “Só quem se julga acima da lei pode achar que isso são “tretas”, diz em resposta ao comentário de Jean Sebastian, responsável da JC Decaux, que em entrevista ao Expresso considerou que as críticas da MOP ao processo eram “tretas”. “Acho esses comentários verdadeiramente deslocados”, diz o CEO da JC Decaux.

Os alemães são nossos amigos

Já todas cá estavam há muitos anos mas, em apenas oito dias, três das maiores multinacionais alemãs anunciaram o reforço da sua presença em Portugal. Siemens, Volkswagen e BMW, aproveitando, eventualmente, a onda da euforia em torno da Web Summit, prometeram investimento e criação de cerca de 1200 empregos tecnológicos nas zonas de Lisboa e Porto. Agora já não se trata de indústria pesada mas de centros de competência para o desenvolvimento de software para ecossistemas digitais e serviços baseados na nuvem, e ainda alguns centros de investigação. Altos dirigentes daquelas três multinacionais estiveram esta semana em Portugal para reiterarem, junto de vários membros do Governo, o seu empenho no talento e nas competências nacionais.

BPI

Setembro de 2018: lucros de

€529 M




Setembro de 2017: lucros de

€22,6 M

Santander Totta

Setembro de 2018: lucros de

€385 M




Setembro de 2017: lucros de

€332 M

CGD

Setembro de 2018: lucros de

€369 M




Setembro de 2017: prejuízo de

€47 M

BCP

Setembro de 2018: lucros de

€257,5 M




Setembro de 2017: lucros de

€133,3 M

LUCROS DOS BANCOS ENGORDAM COM NEGÓCIO EM PORTUGAL

O negócio dos maiores bancos está de vento em popa e um dos maiores contributos para o aumento dos resultados até setembro veio da melhoria da atividade doméstica. Aumento das comissões, redução de custos, maior limpeza nos ativos problemáticos e decréscimo de imparidades e provisões são alguns dos ingredientes do sucesso. Foi isso que aconteceu com a CGD, BCP e BPI. No caso do banco público e do BCP, os acionistas esperam até receber dividendos em 2019 depois de um apagão desde 2010. Quanto a distribuição de dividendos no BPI, o presidente do banco diz que “a prioridade é reforçar os rácios de capital”, sendo ainda prematuro saber se vai ou não distribuir dividendos. Por seu turno, o Santander Totta que gera proveitos apenas em Portugal continua a ver os lucros crescer fruto também das aquisições do ex-Banif e do ex-Popular, cujas fusões têm potenciado crescimentos maiores em termos de crédito e recursos.

A semana em dois minutos

O BCP anunciou a compra de 99,97% do Eurobank, na Polónia, por €428 milhões. Os lucros do banco atingiram €257,5 milhões, um crescimento de 93,1%.

Giovanni Tria, ministro das Finanças italiano entrou mudo e saiu calado da reunião do Eurogrupo, onde foi pressionado a alterar o orçamento. O prazo termina 
na próxima semana.

A cinquentenária Lusiteca, dona das pastilhas Supergorila, está sob administração judicial para fazer face a anos sucessivos de prejuízos e a dívidas que ultrapassam atualmente os 10 milhões de euros.

A época das quedas espetaculares no desemprego chegou ao fim no terceiro trimestre. A taxa de desemprego manteve-se nos 6,7% face ao período entre abril e junho.

Um inquérito do INE sobre a conciliação entre trabalho e família revelou conclusões surpreendentes: segundo a esmagadora maioria dos inquiridos, nem os filhos interferem no trabalho, nem o trabalho cria obstáculos à assistência aos filhos.

O Santander lucrou €385 milhões entre janeiro e setembro, mais 16% do que em 2017. Pelo meio aumentou comissões a contas e subiu o preço dos cartões. De janeiro em diante, o banco será liderado por Pedro Castro e Almeida, com Vieira Monteiro a passar a chairman.

A Corticeira Amorim fechou o terceiro trimestre com um aumento de 4% nos lucros, para €58,6 milhões.

Elon Musk será substituído na Tesla por Robyn Denholm, diretora financeira da empresa de telecomunicações australiana Telstra Corp.

Nas previsões de outono, a Comissão Europeia mostrou-se mais pessimista que o Governo quanto ao crescimento e ao défice nos próximos dois anos.

A EDP fechou os primeiros nove meses do ano com um lucro de €297 milhões, uma queda de 74%. Uma mais-valia registada em 2017 e uma provisão de €285 milhões ditada por uma decisão do Governo, explicam o resultado. Já a REN lucrou €90,9 milhões, mais 2,3%.

O resultado líquido da NOS subiu 17% nos primeiros nove meses do ano face a igual período de 2017, para €123 milhões.

A juíza de instrução criminal que acompanha o processo da EDP e de Manuel Pinho ordenou ao Banco de Portugal que entregue ao Ministério Público os dados da adesão do antigo ministro à amnistia fiscal (RERT).

No final da Web Summit, Paddy Cosgrave anunciou que se mudará para Lisboa. Portugal acolhe a cimeira até 2028.

Em off

Ribeiro Mendes às escuras O atual administrador da associação que vai a votos nas eleições do Montepio ficou às escuras na terça-feira à tarde quando falava com os jornalistas sobre a sua candidatura. Boicote dos outros candidatos? Provavelmente, não. Mas não se ficou a saber porquê. Pouco tempo depois, novo incidente. Um barulho ensurdecedor. Novo boicote?

Tomás Correia em festa Foi com pompa e circunstância que o atual presidente da associação mutualista apresentou a sua candidatura perante uma plateia repleta de figuras do mundo das artes, política e mundo empresarial. Com direito a comes e bebes e música ambiente. Mas também houve incidentes. Um dos associados sentiu-se mal — uma simples “quebra de tensão” — obrigando Tomás Correia a interromper o discurso.

Governo rende-se à PàF? O secretário de Estado do Orçamento parece ter-se ‘rendido’ à coligação Portugal à Frente (PàF) que nas últimas eleições legislativas juntou PSD e CDS. João Leão participou numa conferência sobre o Orçamento do Estado de 2019 organizada pela Ordem dos Economistas e teve que recorrer a uma caneta emprestada por um ex-assessor do anterior governo. Esferográfica essa que era da PàF, confirmou o Em Off, embora seja justo dizer, em defesa do governante, que o símbolo da coligação já não estava visível. Sinais dos tempos. É que a PàF venceu o sufrágio em 2015, mas a relação dos dois partidos já teve melhores dias.