Chegou o futuro infeliz
A resistência de muitos republicanos a Trump não é ideológica. É por ser um outsider. Ele apanhou os republicanos perdidos numa deriva identitária e direcionou-os para um populismo pragmático: nacionalista, securitário, anti-imigração e protecionista. Um populismo que entra mais no eleitorado democrata e independente do que o fanatismo conservador e religioso que hoje domina o seu partido, representado pelo vice que escolheu para compensar a sua moderação em matéria de costumes. Trump não radicalizou os republicanos, escolheu um radicalismo diferente. Deu voz a um país frustrado com a política, paralisado em Washington e dividido pelo ódio. E Hillary é, por tudo o que representa, a adversária ideal. Antes de partir para Filadélfia estive em Cleveland, durante a convenção republicana. Assustei-me. Mas recordo que isto não começou agora. Vou longe, ao final dos anos 60