PLANETÁRIO NO CAMINHO DAS ESTRELAS POR NUNO GALOPIM

MERCADO DA ARTE

David Hockney é agora o artista vivo mais caro

O pintor britânico David Hockney tornou-se, aos 81 anos, o artista vivo mais caro. O recorde foi alcançado há poucos dias num leilão da Christie’s, em Nova Iorque, no qual o seu óleo “Portrait of an Artist (Pool With Two Figures)”, de 1972, alcançou um valor de 90,3 milhões de dólares (o que corresponde a 79 milhões de euros). Apesar de não ter sido revelada a identidade do comprador, que venceu um verdadeiro duelo de licitações via telefone que durou nove minutos, nem do anterior proprietário, meios como a Bloomberg e Artnet avançaram que a obra estava até aqui na posse de Joe Lewis, um empresário cuja companhia detém o clube de futebol Tottenham Hotspur.

A base de licitação apresentada para o quadro neste leilão foi de 18 milhões de dólares, tendo a leiloeira comunicado a venda da obra apresentando-a como a peça de referência de David Hockney e uma das obras-primas da arte contemporânea. Um entre vários quadros de Hockney que exploram a representação da água e de piscinas, “Portrait of an Artist (Pool With Two Figures)” mostra como figura principal, de pé, junto à borda, um antigo companheiro do pintor, crendo-se que a figura que nada fosse o seu novo amor. Data de 1971 uma primeira abordagem sua a esta ideia que acabaria por ser destruída. O quadro, agora vendido depois de uma digressão que o expôs em Hong Kong, Londres e Los Angeles, representa uma segunda investida por esta mesma imagem, que, tendo por base uma série de fotografias como inspiração, foi concluída em 1972.

Antes do leilão que deu ao veterano britânico o novo recorde, a obra mais cara comprada de um artista vivo era “Ballon Dog (Orange)”, que em 2013 fora transacionado por 58,4 milhões de dólares em 2013. A obra mais cara alguma vez vendida corresponde a “Salvator Mundi”, quadro atribuído a Leonardo Da Vinci que foi protagonista de um muito mediático leilão em 2017 no qual alcançou os 450,3 milhões de dólares. No ranking das obras mais caras seguem-se, “Interchange” de Willem de Kooning, vendido por 300 milhões de dólares em 2015, e “Jogadores de Cartas”, de Paul Cézanne, que atingiu os 250 milhões de dólares em 2011.

LIVRO

As letras e a história de Chico Buarque

A Companhia das Letras acaba de lançar entre nós “Tantas Palavras”, volume de 495 páginas que junta as letras de todas as canções de Chico Buarque e apresenta ainda um longo texto biográfico assinado pelo jornalista Humberto Werneck que assegura a explicação dos contextos e episódios nos quais estes poemas foram nascendo. Esta reportagem biográfica inclui excertos de entrevistas não só com aquele de quem o livro fala mas também com Tom Jobim, Edu Lobo, Caetano Veloso ou Gilberto Gil.

O ponto de partida é aqui ‘Tem mais Samba’, de 1964, que o próprio Chico Buarque considera como o “marco zero” da sua carreira, avançando o percurso até ao recente “Caravanas”, álbum de estúdio editado em 2017.

Além das histórias e das letras das canções o volume apresenta uma discografia de Chico Buarque e um conjunto de fotografias que completam o retrato do músico.

FLASHES

DISCO

Os Rolling Stones assinalam os 50 anos do lançamento do álbum “Beggars Banquet” com uma reedição (disponível tanto em vinil como em CD) que recorda o disco que, em 1968, os ajudou a recentrar o foco da sua música em espaços mais clássicos do rock’n’roll. Entre os extras desta edição está o áudio de uma entrevista de Mick Jagger em 1968. A edição em vinil apresenta esta entrevista num flexi-disc.

CINEMA

A Criterion, que tem vindo a criar um catálogo exigente de cinema nos formatos de DVD e Blu-ray vai ter uma plataforma de streaming. O Criterion Channel vai surgir em 2019 e irá tomar o lugar de um outro (Filmstruck) que assegurava já a difusão de títulos da Criterion e que será descontinuado no fim do mês nos mercados onde operava.

PHOTO
MATON

O Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, inaugura no dia 7 de dezembro a exposição “Terra Adentro: A Espanha de Sorolla”. Organizada em parceria com o Museu Rainha Sofia, de Madrid, a exposição juntará, até 31 de março de 2019, mais de cem obras do pintor Joaquín Sorolla Y Bastida (1863-1923) e corresponde a uma versão aumentada de outra apresentada na capital espanhola em 2016.