Mercado

Já há quem procure a casa por si

Tatiana, Timothy e Ângela, sócios da PHS — Personal House Shoppers Consulting <span class="creditofoto">FOTO Ana baião</span>

Tatiana, Timothy e Ângela, sócios da PHS — Personal House Shoppers Consulting FOTO Ana baião

A Personal House Shoppers vasculha o mercado em nome do comprador

Maribela Freitas

Se quer comprar uma casa mas não tem tempo e nem conhece minimamente o mercado já pode contar com a ajuda da Personal House Shoppers Consulting (PHS). Criada em maio, em Almada, atua nos distritos de Lisboa e Setúbal e já ajudou portugueses e estrangeiros na aquisição de 16 propriedades, sendo que a mais cara atingiu os €720 mil.

Timothy Sloan, Angela Crespo e Tatiana Terreiro, sócios da PHS, contam que “prestamos consultoria de investimento imobiliário com estudos de rentabilidade para quem quer investir, fazemos acompanhamento e gestão de obras, mas o nosso foco é o serviço de personal house shoppers”. Como o nome indica “à semelhança de um profissional de imagem que ajuda a escolher a melhor peça de roupa, ajudamos o comprador a escolher a melhor casa. Fazemos isto na fase inicial da pesquisa dos imóveis, até à escritura e se quiserem continuar connosco também na decoração e obras”, explica Tatiana Terreiro. Um serviço que vai muito além da simples mediação imobiliária.

Tudo começa com uma reunião com o comprador que dá a sua lista de desejos, desde a tipologia à localização e, claro, ao preço. Passa-se de imediato à pesquisa do mercado, em todos os sites, no contacto com mediadoras e consultores imobiliários que possam atender aos requisitos e apresentam uma proposta. Desta, o cliente seleciona um a três imóveis para visitar, acompanham-no na visita e depois tratam de todo o processo, desde recolha de documentação à negociação de preços que afirmam ser sempre necessária.

Comissão dividida com mediadoras imobiliárias

“Não temos portefólio de imóveis e é indiferente se vendemos a casa A ou B”, refere Tatiana Terreiro. O pagamento pelos seus serviços é simples. As agências imobiliárias cobram uma comissão sob o valor de venda aos donos da casa que por norma ronda os 5%. Metade dessa comissão é para a agência e a outra é dividida entre o consultor que angariou o imóvel e o comprador, neste caso é a PHS. “Quando contactamos uma mediadora para marcar a visita, fica logo a par da nossa missão e de como atuamos. Já houve quem no início julgasse que era concorrência, mas depois percebeu o conceito e até à data temos sido bem recebidos”, relevam os sócios. Ângela Crespo conta que esta divisão de comissões é comum, por exemplo na relação entre agências, quando uma tem a casa e a outra o comprador.

Timothy Sloan, irlandês, revela que “um personal house shopper no Reino Unido tem notoriedade e aqui ainda não. Funcionamos da mesma forma, com a diferença que além do valor da comissão — que também recebem quando o negócio é concretizado —, cobram ao cliente na fase de pesquisa uma taxa que pode ir dos €1120 aos €5600, mediante o target que atendem”, frisa. Na transposição do conceito para Portugal quiseram que a pesquisa fosse gratuita para que mais pessoas tivessem acesso a ela. Embora para já este modelo funcione, não está fora de questão virem a optar futuramente pelo pagamento dos serviços de pesquisa. (ver caixa)

A atuar apenas nos distritos de Lisboa e Setúbal, Ângela Crespo conta que a ambição é chegar a todo o país. Entregam entre três a quatro propostas por dia, mas até agora só 16 chegaram à aquisição, sendo que a casa mais barata foi de €140 mil na Cova da Piedade e a mais cara de €720 mil, em Cascais. Quanto a clientes, começaram por ter mais estrangeiros, ingleses e oriundos do Benelux, mas os portugueses ganham terreno, bem como brasileiros. “Os estrangeiros cobiçam muito o centro de Lisboa e os portugueses optam mais pela periferia”, revela Tatiana Terreiro. A procura pelos serviços da PHS tem vindo a aumentar e pensam recrutar colaboradores em 2019.