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Netflix mostra-se forte e vitaminada entre os consumidores

<span class="creditofoto">Foto Omar Marques / SOPA Images / LightRocket via Getty Images</span>

Foto Omar Marques / SOPA Images / LightRocket via Getty Images

Apesar do valente tombo no valor das ações no início do verão passado, o mais recente estudo analítico dedicado às guerras do streaming sugere que as notícias que prenunciam a morte da Netflix são manifestamente exageradas

Texto Luís Proença

A Eagle Alpha, uma empresa de análise alternativa de dados agregados, publicou um relatório que evidencia a força e resiliência da Netflix, pelo que recomenda aos investidores bolsistas que não fixem e limitem apenas a atenção aos resultados das apresentações de contas do trimestre anterior. “Estamos nos primeiros dias das guerras do streaming”, assinala Dean Barr, responsável da Eagle Alpha. “As nossas análises demonstram que os investidores devem olhar além dos resultados financeiros do trimestre, de modo a conseguirem ter uma visão informada sobre o que vai prevalecer nas batalhas futuras”.

A partir de um universo total de 32 milhões de referências no Twitter, a Eagle Alpha revela que a Netflix continua hegemonicamente a dominar com uma gorda fatia de 80% das referências, enquanto a Apple TV+ ou a Amazon Prime Video, por exemplo, não ultrapassam os 5% de “share”. De ressalvar que o volume de comentários nos “social media” é considerado uma ferramenta de análise sobre preferências e efetivação de consumo. Conforme se pode verificar no estudo, a Apple TV+, que entra no mercado a partir de 1 de novembro, atingiu um “share” máximo de 7% de menções quando foi apresentada em público, com pompa e circunstância “Hollywood mode”, em março, mas caiu agora abaixo dos 5%.

O entusiamo pela Netflix no Twitter é o mais avolumado dos últimos três anos, tendo em conta as novidades introduzidas no catálogo da plataforma de streaming desde agosto, e feito o rastreio comparativo e evolutivo de 1,1 milhões de utilizadores únicos do Twitter desde o início de 2016 e até ao mês passado. A Eagle Alpha reivindica ser a maior agregadora global de dados alternativos com acesso a mais de mil bases de dados.

YOUTUBE PASSA À FRENTE ENTRE OS MAIS NOVOS

No sobe e desce das preferências declaradas, e apesar da curta diferença, o YouTube conseguiu ultrapassar a Netflix pela primeira vez na escolha da melhor plataforma digital de vídeo entre os públicos norte-americanos mais jovens. O estudo de mercado deste outono, desenvolvido pela financeira Piper Jaffray, informa que 37% dos inquiridos se declaram utilizadores do YouTube em primeira instância no que toca ao streaming de vídeo, versus 35% que elegem a Netflix como primeira opção. Os autores do estudo concluem que a ultrapassagem se deve à diversificação de conteúdos disponibilizados pelo YouTube orientados para os públicos mais jovens, designadamente os vídeos de música, as reproduções de ação dos videojogos, os tutoriais e os vídeos originais criados e disponibilizados por youtubers.

Ainda que tenha perdido a primeira posição, a Netflix mantém-se bastante acima dos restantes “streamers”. A Hulu é indicada como primeira escolha por 7% dos inquiridos e a Amazon Prime Video por apenas 3%.