Outsystems reforça aposta em Braga e em Portugal. “Em 2020 estamos a equacionar novos investimentos”

A Outsystems inaugurou esta terça-feira o escritório em Braga, ampliado para 600 metros quadrados <span class="creditofoto">Foto D.R.</span>

A Outsystems inaugurou esta terça-feira o escritório em Braga, ampliado para 600 metros quadrados Foto D.R.

A empresa fundada por Paulo Rosado anunciou esta terça-feira a ampliação do escritório em Braga de 400 para 600 m2 e a contratação de mais 23 trabalhadores, investindo 1 milhão de euros. Vice-presidente de engenharia adianta ao Expresso que a Outsystems não vai ficar por aqui — e poderá até lançar um novo polo em Portugal

Texto Maria João Bourbon

Começaram em Braga há quatro anos “numa cave esconsa”, com apenas dois engenheiros. Hoje têm na cidade, em plena Avenida da Liberdade, mais de 600 metros quadrados (m2) e 47 trabalhadores, aos quais se vão juntar brevemente mais 23.

A Outsystems inaugurou esta terça-feira o seu escritório renovado, que ampliou o espaço em 200 m2, aumentando a sua lotação. Para já, está a tentar chegar aos 70 trabalhadores na cidade — e tem vagas abertas para engenheiros de software, designers de produto e gestores de produto para a área de investigação e desenvolvimento (desenvolvimento de produto) —, mas o novo espaço tem capacidade para 86.

Este é o quarto ano consecutivo em que a empresa de software ‘low-code’ (que exige pouco código) para desenvolvimento rápido de aplicações remodela o escritório que instalou há quase quatro anos em Braga.

O investimento faz parte de uma estratégia mais vasta do unicórnio (empresa avaliada em mais de mil milhões de dólares) de origem portuguesa, que passa pelo crescimento das áreas de engenharia da empresa nos polos de Lisboa, Braga e Proença-a-Nova. Além do processo para recrutar 23 pessoas em Braga (onde existem as áreas de engenharia, suporte e consultoria), a Outsystems procura mais 30 em Lisboa.

Para este ano os números são estes, e “não estão previstos mais investimentos”, mas em 2020 estão a ser equacionados novos, revela ao Expresso, sem detalhar, o vice-presidente de engenharia da empresa de origem portuguesa. “Continuamos a privilegiar Portugal, com foco em investigação e desenvolvimento de produto.”

Nuno Antunes realça que atualmente o principal foco está em Lisboa e em Braga, mas reconhece que “a pressão de talento nestas cidades” vai levar a tecnológica “a ter de encontrar outras cidades para expandir a empresa: ou seja, para lançar um novo polo de engenharia”.

Além do recrutamento Braga, a tecnológica está a contratar 30 pessoas em Lisboa <span class="creditofoto">Foto Tiago Miranda</span>

Além do recrutamento Braga, a tecnológica está a contratar 30 pessoas em Lisboa Foto Tiago Miranda

A aposta em Braga

O crescimento a novos clientes, mercados e produtos levou a empresa a reforçar as contratações e o seu investimento em Portugal. Isto porque a Outsystems tem registado “um crescimento assinalável em localizações como os Estados Unidos, Ásia e Médio Oriente e sectores como o financeiro, industrial e de serviços”, nos quais têm “clientes como a Toyota ou grandes bancos norte-americanos”, adianta Nuno Antunes.

Esta aposta na cidade resulta também do talento que a empresa conseguiu captar na região, onde está associada à Universidade do Minho, Startup Braga e Invest Braga, continua o responsável. Em parceria com estas entidades, são realizados estágios de estudantes de mestrado na empresa ou ações conjuntas para dinamizar eventos, ‘meetups’ e colocar empresas da região em contacto.

Mas em Braga está só uma amostra daquilo que é a Outsystems em Portugal e no mundo. Com mais de mil trabalhadores e presença em mais de 50 países, a tecnológica — que no ano passado faturou mais de 100 milhões de euros — tem mais de metade dos seus trabalhadores em Portugal. O país concentra a quase totalidade da componente de engenharia, onde começou e vai continuar.

Isto porque nos próximos anos, segundo avança Nuno Antunes, “o objetivo é continuar a atrair talento e a diversificar e encontrar outras fontes de clientes: novas startups, aproveitar o crescimento de empresas no país, as empresas estrangeiras que investem cá, entre outras”.