Música

Ed Sheeran à beira de bater recorde em Portugal

<span class="creditofoto">Foto Rita Carmo</span>

Foto Rita Carmo

Dois estádios da Luz lotados não é para todos. Na verdade, nunca ninguém o conseguiu. Antes, só dois grupos deram concertos em dois dias consecutivos em estádios: os Pink Floyd, em 1994, em Alvalade, e os U2, que encheram o estádio de Coimbra em 2010

Texto Miguel Cadete

Em cada um dos concertos que o músico britânico Ed Sheeran dará em Portugal este sábado e este domingo, no Estádio da Luz, vão estar 60.358 espectadores, avançou ao Expresso fonte da produtora Everything Is New. Isso quer dizer que, no total, a audiência estimada já depois de ter sido montado o palco, será de 120.716 espectadores, um valor que se não é recorde em concertos portugueses, anda lá muito perto.

Até agora, aceitava-se que o número máximo de espectadores para um mesmo artista foi conseguido pelos Pink Floyd, que a 22 e 23 de julho de 1994, no antigo estádio de Alvalade, terão atuado perante um total de 85 mil almas, segundo alguns registos publicados à época.

A produção dos espectáculos coube à empresa Tournée, que, pela voz do seu responsável, Ricardo Casimiro, reclama terem sido muitos mais os espectadores presentes: “O total de bilhetes vendidos para os dois espectáculos foi portanto de 120 mil (2 x 60 mil), a juntar aos mil convites emitidos por cada espectáculo, perfazendo um total de 122 mil ‘almas’ nos dois espectáculos.” Ed Sheeran ficará perto dessa marca, mas não a ultrapassará.

Também não atuará em Alvalade, mas sim do outro lado de 2ª Circular. A montagem para os concertos de sábado e domingo já está concluída e foi importante para definir a lotação de cada um dos concertos. A dimensão da estrutura do palco e demais parafernália é determinante para que se conheça o espaço que ficará livre no relvado e nas bancadas do estádio da Luz. Como é conhecido, o estádio onde o Benfica joga em casa é de maior dimensão que o de Alvalade. Mas se não bater recordes em Portugal, Ed Sheeran continua a fazê-lo por esse mundo fora.

Ed Sheeran começou a carreira nas plataformas ilegais de partilha de música mas agora encontra-se prestes a ficar milionário ainda antes de completar 30 anos. Um feito que não se deve à venda dos seus discos, ou sequer às receitas provenientes do streaming, mas devido aos concertos, como os que fez em Portugal em 2014, no Rock in Rio Lisboa, e os deste fim de semana, no Estádio da Luz.

Aos 28 anos, Ed Sheeran, dizem os especialistas da “Pollstar”, a revista que se dedica em exclusivo à indústria da música ao vivo, está em condições de bater o recorde da digressão com maiores receitas de sempre.

A marca pertence aos U2 que, entre 2009 e 2011, conseguiram faturar 734,4 milhões de dólares (cerca de 658 milhões de euros). Mas Sheeran, que pertence à mega agência de espectáculos Live Nation, vai lançado para bater esse recorde. A digressão Divide, a mesma que passa em Lisboa no sábado e no domingo, facturou até agora 625 milhões de dólares (cerca de 560 milhões de euros), segundo os dados da “Pollstar” citados no site Digital Music News.

<span class="creditofoto">Foto Getty</span>

Foto Getty

Depois de Lisboa, Sheeran segue para Barcelona e Madrid, dando continuação a uma tournée europeia que só irá terminar no dia 24 de agosto, em Ipswich, sua terra natal. Depois do estádio da Luz ainda faltarão 20 datas, o que leva os comentadores a acreditar ser fácil quebrar o máximo estabelecido pelos U2 na digressão 360º. Os especialistas estimam que o cachet de Ed Sheeran para cada concerto desta digressão ronde os quatro milhões de dólares, cerca de 3,6 milhões de euros.

Os músicos que mais faturam

Os recordes começaram a cair no final do ano passado, quando foram conhecidos os valores totais das receitas das maiores digressões de 2018. Na frente ficou Ed Sheeran, que faturou 432 milhões de dólares, apesar de a digressão Divide só ter tido o primeiro concerto em fevereiro, na O2 Arena de Londres. Taylor Swift quedou-se pelo segundo lugar, com 345 milhões de dólares, enquanto Jay Z e Beyoncé somaram 254 milhões de dólares só em 2018.