Transportes
Área Metropolitana de Lisboa espera vender “pelo menos” 21 mil passes de família
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Os passes Navegante Família entram em vigor na Grande Lisboa esta sexta-feira. Custam no máximo €80 por mês para circular em toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML). O secretário da AML admite que haja novo aumento de procura em setembro e que isso aumente a pressão sobre a capacidade de resposta dos transportes, sobretudo os barcos e os comboios da CP
Texto Raquel Albuquerque
Quase quatro meses depois da entrada em vigor dos passes únicos na Área Metropolitana de Lisboa (AML), é a vez de começar a funcionar o passe Navegante Família que esteve prometido para o início de julho e que entra em vigor esta sexta-feira. Por um máximo de €80 por mês, uma família de três ou mais pessoas poderá andar em todos os transportes de todos os 18 municípios da AML. Se quiser andar num só concelho, o valor será de €60.
Cada um tem de ter um cartão Viva. E o passe pode estender-se a cônjuges, avós, pai e mãe, sogros, filhos e netos, desde que partilhem a mesma morada fiscal e que o comprovem com documentos da Autoridade Tributária (AT). A AML (www.aml.pt) esclarece todas as dúvidas, porque o processo é bastante burocrático, obriga a pedir documentos à AT e a ativação do passe pode levar até 10 dias, depois de verificado o cumprimento de todos os requisitos. (No Porto, não há dinheiro para os passes familiares, LEIA AQUI.
Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário da AML, admite ao Expresso que, em setembro, haja um novo aumento da procura pelos transportes públicos.
Qual a procura estimada para os passes Navegante Família?
Nunca é rigoroso antecipar. Mas com base no Inquérito à Mobilidade [do Instituto Nacional de Estatística], percebemos que havia 21 mil famílias nas quais três ou mais pessoas usavam passe. Foi com esses dados e a partir dessa base que fizemos a nossa avaliação. Portanto, pensamos que pelo menos esses migram para o passe família. Ou seja, que haverá 21 mil novos passes.
Por que é que este passe não entrou em vigor a 1 de abril como os restantes na AML?
Por questões formais, legais e tecnológicas. Tivemos de fazer dezenas de reuniões com as empresas de transportes, a Agência de Modernização Administrativa, a Autoridade Tributária, o Governo e a Segurança Social. Queríamos que as pessoas pudessem chegar ao guiché, apresentar identificação, indicar o tamanho do seu agregado familiar e ter automaticamente acesso à informação, sem necessidade de certos elementos em papel. Foi esse esforço o esforço que fizemos mas não foi possível alcançar ainda o objetivo. Conseguimos para já que, a partir do momento que uma pessoa da família carrega o passe, o sistema assuma que os outros passes desse agregado estão pagos. Bastará que cada um vá à bilheteira para o carregar. O sistema ainda não está disponível no Multibanco, mas talvez daqui a uns meses.
A ver pelos documentos necessários, é ainda um processo muito burocrático.
Reconhecemos esse facto. Para a maioria das pessoas não será tão exigente, porque basta apresentar um documento [comprovativo da composição do agregado familiar, com morada e disponibilizado pela Autoridade Tributária] e ir uma vez a um balcão. Mas noutro tipo de situações pode obrigar a ir mais do que uma vez a um balcão. Admitimos que, aos poucos, se consigam ultrapassar essas dificuldades.
O que é que uma família tem de garantir para ter acesso ao passe?
Todos os elementos do agregado têm de ter a mesma morada fiscal e comprová-lo.
Só em setembro ou outubro, com o início do ano letivo, será possível ver o verdadeiro impacto destes passes?
Sim. Além destes novos passes, acreditamos que poderá haver também um crescimento dos restantes passes Navegante, porque muitas pessoas estiveram na expectativa de ver o que é que acontecia. Por exemplo, no mês de junho esperávamos um decréscimo, mas não houve. O número de passes vendidos continuou a crescer ainda que de forma mais ligeira.
E há capacidade de resposta dos transportes para um novo aumento de procura?
A procura maior foi a que sentimos com a entrada em vigor dos restantes passes. Mas onde poderá haver maiores problemas é na CP e nos barcos, porque os restantes estão a fazer adaptações. O Metro está a aumentar a frequência, a Fertagus está a fazer adaptações e os transportes rodoviários estão a fazer aumentos de oferta. Onde admito que possa ser mais difícil, porque a resposta é menos rápida, é nos barcos e na CP.
Os passes Navegante Família entram em vigor na Grande Lisboa esta sexta-feira. Custam no máximo €80 por mês para circular em toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML). O secretário da AML admite que haja novo aumento de procura em setembro e que isso aumente a pressão sobre a capacidade de resposta dos transportes, sobretudo os barcos e os comboios da CP