Expresso

Os portugueses casam-se cada vez menos e mais tarde. Só na Eslovénia, Itália e Luxemburgo é que os cidadãos europeus se casam ainda menos. Já nos países do leste europeu os homens e mulheres trocam mais as alianças, revela o Eurostat

Texto Liliana Coelho

Portugal está na cauda da Europa no que diz respeito aos casamentos. Os portugueses estão entre os cidadãos europeus que menos se casam, tendo-se registado em 2017 cerca de 3,3 casamentos por cada 1000 habitantes, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat. Ou seja, registaram-se no total 34.023 casamentos.

Ainda assim, é notório um ligeiro aumento dos casamentos no país, depois de a taxa se ter mantido inalterada nos dois anos anteriores. Em 2015 e 2016, foram contabilizados 3,1 casamentos por cada mil habitantes.

Em 2017, Portugal só é ultrapassado na taxa de nupcialidade pela Eslovénia, Itália e Luxemburgo – que assinalaram ambos 3,2 casamentos por cada mil habitantes, – e pela Eslovénia, que registou no mesmo período 3,1 casamentos na mesma proporção.

Em sentido inverso encontram-se alguns dos países do leste que entraram mais recentemente na UE — como a Lituânia (7,5), a Roménia (7,3) ou a Letónia (6,8) — e Chipre (6,8) e Malta (6,3).

Mas a média europeia situa-se nos 4,3 casamentos por cada mil habitantes, de acordo com o gabinete de estatísticas da UE.

Uniões cada vez mais adiadas

A tendência do adiamento da idade do casamento também se mantém em Portugal, com as mulheres a casarem-se em média aos 30,7 anos e os homens a oficializarem a união por volta dos 32,5 anos em período homólogo, ainda segundo o Eurostat.

Há uma década, a idade média do casamento para as mulheres portuguesas situava-se nos 26,6 anos, enquanto no caso dos homens se fixava nos 28,7 anos e desde aí tem avançado progressivamente.

Entre os 28 Estados-membros, as mulheres casam-se mais cedo na Bulgária, na Polónia – aos 27,3 anos – e na Roménia – aos 27,5 anos. Já os homens demoram menos tempo a trocar as alianças na Polónia e na Lituânia, aos 30,5 e aos 29,6 anos, respetivamente.

Casamentos e divórcios em contraciclo

Relativamente aos divórcios, os dados de 2016 revelam que 2,2 pessoas por cada 1000 se divorciaram em Portugal. As menores taxas de divórcio registaram-se em Malta e na Grécia, onde houve, respetivamente, 0,8 divórcios e um divórcio por cada mil habitantes. Por sua vez, foram assinalados mais divórcios há três anos na Letónia (3,1), na Lituânia (3,1) e na Dinamarca (3).

Os dados mais recentes do gabinete de estatísticas da UE – relativos a 2015 para a generalidade dos países da União Europeia, com exceção dos casos da Alemanha, da Irlanda e de França, que são referentes a 2016 – permitem também traçar um quadro comparativo sobre os casamentos e os divórcios no último meio século.

A taxa de nupcialidade na UE diminuiu de 7,8% em 1965 para 4,3% em 2015, enquanto a taxa de divórcios aumentou de 0,8% para 1,9% em período homólogo.

Pode concluir-se assim que desde 1965 a taxa de casamentos na UE desceu para metade, enquanto a taxa de divórcio na zona comunitária mais do que duplicou ao longo de mais de 50 anos.