Festival de Veneza-dia 1
À 76ª vez, há muitas histórias de mulheres no Lido
Nos últimos dias tem sido um corrupio de estrelas a chegar a Veneza, para o festival de cinema. Na foto, a brasileira Isabeli Fontana Foto epa
Começa esta quarta-feira a 76ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que contará com o filme português “A Herdade”, de Tiago Guedes, na Competição Oficial. Uma das estreias neste festival, que dura até sábado 7 de setembro, é a apresentação do primeiro filme de Kore-eda Hiruzaki fora do Japão
Texto Jorge Leitão Ramos em Veneza
À hora que em que o Expresso Diário é posto em linha, estará a desfilar na passadeira vermelha de Veneza uma delegação franco-nipónico-americana formada por Catherine Deneuve, Juliette Binoche, Ethan Hawke e pelo realizador Kore-eda Hirizaku para a sessão de abertura da 76ª Mostra Internazionale d’Arte Cinematografica, com o filme “La Verité”.
Será a primeira história de mulheres de um festival que as terá muitas e que teve esta terça-feira uma pré-abertura também sob o signo da feminilidade.
O Palazzo del Cinema, no Lido, preparado para acolher o festival deste ano Foto epa
No Lido, para o público veneziano, passou uma cópia restaurada de “Êxtase”, de Gustav Machatý, uma coprodução entre a Checoslováquia e a Áustria, de 1933, que tem como especial particularidade contar com o primeiro nu frontal feminino da história do Cinema, praticado por Hedy Lamarr,
muitos anos antes de ser a sedutora e fatal Dalila no filme de Cecil B. DeMille (“Sansão e Dalila”) e longe de saber que havia de ser um dos inventores de um sistema de guia de torpedos via rádio que não chegaria a ser usado na 2ª Guerra Mundial, mas, muitos anos volvidos, seria uma tecnologia incorporada no Bluetooth e no Wi-Fi que todos usamos nos telemóveis que trazemos no bolso.
Hedy Lamarr, em “Êxtase” Foto d.r.
Enquanto “Êxtase” passava no Lido, um grupo vasto, mas ainda assim mais restrito, de convidados frequentava a já tradicional festa no terraço do Hotel Danielli, em Veneza, este ano sob o lema All About... Mujeres, num feliz cruzamento homenageando a argentina Lucrecia Martel (que preside ao júri da Mostra) e Pedro Almodóvar, que na sexta-feira receberá no palco da Sala Grande um Leão de Ouro à Carreira.