Greve

Seis regras para (quase) não dar pela possível falta de combustíveis

Em tempo de greve, gerir com eficácia o depósito de combustível pode ser a solução. Pensar em alternativas ao carro, também <span class="creditofoto">Foto Marcos Borga</span>

Em tempo de greve, gerir com eficácia o depósito de combustível pode ser a solução. Pensar em alternativas ao carro, também Foto Marcos Borga

Com as consequências da última greve dos motoristas de matérias pesadas ainda bem presentes, nada como acautelar a que agora se faz anunciar. Os combustíveis podem voltar a escassear nos postos de abastecimento (com tudo o que isso acarreta)? Siga estes conselhos preciosos

Texto Mafalda Ganhão

Lá diz o ditado: “prevenir é melhor que remediar.” O princípio também é válido em caso de greves, pelo que, de olhos já postos no dia 12 de agosto e perante a iminência de se concretizar a paralisação (por tempo indeterminado) convocada pelos motoristas de matérias perigosas, o melhor é ter em conta alguns conselhos para fazer face às previsíveis dificuldades.

Abastecer o carro é a regra de ouro, a primeira que a Associação de Defesa do Consumidor (DECO) enumera na lista de conselhos que publicou no seu site, recomendando que os condutores o façam “dois ou três dias antes do início da greve”.

Reduzir as deslocações às saídas “indispensáveis” e aplicar ao volante as melhores regras para garantir uma condução eficiente são também medidas sugeridas, por permitirem poupar combustível.

Se não tem por hábito fazê-lo, há outra opção que vale a pena considerar. “Planeie as viagens mais longas com recurso a um GPS ou um calculador de rotas na internet”, aconselha a DECO. Nada como calcular quanto combustível vai gastar, para não ter surpresas desagradáveis.

Cuidado com os jerricãs. Não há quem não pense neles como recurso para garantir reservas de combustível em tempos de crise, mas a Defesa do Consumidor lembra que a sua utilização tem riscos e está sujeita a regras. São, por isso, “desaconselhados”.

O aviso é para levar a sério. Além de a lei estipular limites no caso de transporte de jerricãs num carro particular - o máximo são 60 litros por recipiente - é proibido armazenar nas arrecadações dos prédios combustíveis líquidos, tais como gasolina, “devido ao risco de libertação de vapores e inflamação”.

Há multas para quem não cumprir, que variam entre os 275 euros e os 2.750 euros, no caso de pessoa singular, e dependendo do tipo de infração, mas que podem chegar a 27.500 euros, no caso de pessoa coletiva (sem prejuízo de responsabilidade civil e criminal).

Não é tudo, lembra a DECO, já que “em caso de incumprimento das normas de segurança contra incêndio, a seguradora pode recusar qualquer pagamento”.

Muito importante: “os jerricãs para transportar combustível devem ser homologados para essa finalidade”.

Uma boa alternativa a considerar é o recurso aos transportes públicos, ‘carpooling’, bicicletas e trotinetas.

Já que a proposta de serviços mínimos dos sindicatos que convocaram a greve inclui o abastecimento dos transportes públicos, “é pouco provável que estes sejam afetados”, lembra a DECO. Manter-se informado é também recomendável, aproveitando o facto de as empresas envolvidas costumarem disponibilizar online atualizações sobre os seus serviços.

Quanto à partilha de viagens, são várias as plataformas online dedicadas ao ‘carpooling’, forma fácil de condutores e passageiros chegarem ao contacto. A DECO dá exemplos: BlaBlaCar, Via Verde Boleias e Boleia.net.

Carros, scooters elétricas, bicicletas e trotinetas também estão disponíveis em versão partilhada, permitindo contornar a dependência dos combustíveis.

Optar pelo teletrabalho. “Se a sua atividade pode ser desempenhada à distância, tente negociar com a entidade patronal a possibilidade de trabalhar a partir de casa”, sugere a DECO. É bom ter presente que as empresas não são obrigadas a aceitar como justificadas as faltas por causa da greve, assim como outra alternativa: tirar alguns dias de férias para passar estes dia mais tranquilo e despreocupado.

Adiantar-se a falhas e faltas previsíveis é possível e pode poupar dores de cabeça. Tem uma consulta marcadas? Tente remarcar para outra data. Toma obrigatoriamente alguma medicação cuja embalagem esteja a terminar? Compre antecipadamente nova embalagem, antes da data prevista para a greve começar.

O mesmo é válido no caso das compras de supermercado. Encha o carrinho antes do dia 12 e “aposte em produtos com uma duração mais alargada, para evitar o desperdício de alimentos”. Comprar para congelar pode ser também um descanso.

Procurar informação atualizada. Durante a greve, e em caso de ser declarada uma crise energética, “todos os postos de abastecimento são obrigados a afixar em local bem visível a lista de postos de emergência onde poderá encontrar combustível”. A lista estará acessível NO SITE da Entidade Nacional para o Sector Energético.