Opinião

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Paulo Luís de Castro

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Olá, bom dia.

Tancos, a primeira vitória do PSD na Madeira sem maioria absoluta, e ainda a Cimeira do Clima, deixaram marca forte na semana que agora finda e são temas dominantes nesta recolha de alguns dos melhores conteúdos publicados no Expresso Diário.

Comecemos pelo caso Tancos. Azeredo Lopes é o principal visado na acusação proferida pelo Ministério Público, conhecida na quinta-feira. Os procuradores do DCIAP seguiram os passos do ex-ministro da Defesa, nomeadamente as reuniões secretas, os SMS e as conversas por telefone sobre a operação ilegal da Polícia Judiciária Militar para reaver as armas. Como revelámos nesse dia, o despacho refere que Azeredo criou “sérios obstáculos à descoberta da verdade material” e acusa-o de uma conduta “extremamente grave”. E aponta-lhe quatro crimes: denegação de justiça, prevaricação, favorecimento pessoal e abuso de poder.

O caso de Tancos tornou-se uma novela tóxica para o Governo e, em particular, para o primeiro-ministro, que sempre que foi questionado sobre o sucedido defletiu noutras direções. No último Diário desta semana lançámos e tentámos responder a esta pergunta: “Afinal, o que sabia Costa sobre Tancos?”, que pode ler aqui.

Na quarta-feira já tínhamos revelado como Marcelo Rebelo de Sousa ficou furioso com as notícias de uma “pré-acusação” montada contra Belém, tentando envolver a Presidência da República no encobrimento do caso (ler aqui).

E. sem surpresa, a revelação da acusação pública deste caso do roubo das armas abalou a campanha eleitoral para as legislativas. Com Costa a dizer que Marcelo “está acima de qualquer suspeita”, a esquerda a achar o tema inoportuno, Cristas a prometer não o largar e Rio a deixar cair uma sua máxima. Leia aqui.

O tema foi também alvo da análise dos nossos comentadores: David Dinis, Daniel Oliveira (aqui e aqui), Henrique Raposo (aqui e aqui) e Cristina Figueiredo.

A Madeira foi a votos no domingo e o PSD voltou a ganhar, mas pela primeira vez sem maioria absoluta como todas as sondagens anteviam. Por isso mesmo, como salientou a minha camarada Marta Caires, o mais difícil começa agora: o líder regional Miguel Albuquerque terá de abrir mão de alguns cargos para continuar no poder com um Governo de coligação com o CDS. A questão em cima da mesa é saber quais e quem terá Albuquerque de sacrificar. E não perca as opiniões de Martim Silva e Daniel Oliveira, que pode ler aqui e aqui, respetivamente.

De hoje a uma semana, será a vez de todos os portugueses irem a votos para escolher uma nova composição da Assembleia da República. Com a campanha eleitoral a meio e todos os partidos a tentarem convencer os indecisos, no episódio desta semana da série 2:59 o David Dinis lança a pergunta: quantos votos serão precisos e que factores podem ajudar ou dificultar uma maioria absoluta do PS, que a acontecer seria a segunda da história dos socialistas. Jornalismo de dados em dois minutos e 59 segundos.

Sem sair do tema Legislativas 2019, revisitemos o debate radiofónico de segunda-feira entre Rui Rio e António Costa. Para reforçar a credibilidade do seu programa, o líder social-democrata fez questão de garantir taxativamente: “Eu também tenho o meu Mário Centeno”. Quem é e o que defende o Ronaldo do líder do PSD? Rio referia-se a Miranda Sarmento, doutorado em Finanças pela Universidade de Tilburg, ex-assessor de Cavaco Silva e agora porta-voz do PSD. E (re)veja aqui o que o Daniel Oliveira escreveu sobre o confronto entre os líderes do PS e do PSD.

Ainda na política, o antigo presidente do CDS Manuel Monteiro decidiu regressar à casa de partida. Depois da saída em confronto com Paulo Portas e afastado das lides desde 2015, quando o Tribunal Constitucional declarou extinto o partido Nova Democracia por ele criado em 2003, Monteiro reaparece empunhando a bandeira dos centristas. Problema: o núcleo duro da líder centrista Assunção Cristas considera que este regresso só ajuda a “criar ruído” num momento em que o CDS precisa de tudo menos de distrações.

A um outro nível, a maioria dos portugueses ainda prefere os órgãos de informação tradicionais, em especial a televisão, para se informar sobre a atualidade política. Ao mesmo tempo, dá cada vez mais credibilidade à informação veiculada através das redes sociais – mas este tipo de noticiário ainda não influencia nem decide eleições.

Ufa, já chega de política. Passemos a outro dos temas fortes da semana: a Cimeira do Clima em Nova Iorque. Perante a situação de emergência climática, o secretário-geral da ONU apelou à “ação” de todos e Greta Thunberg avisou os chefes de Estado e de Governo: “Estamos de olho em vocês”.

O discurso da jovem sueca não passou à margem de vários dos comentadores do Expresso Diário, e por isso aqui recupero os textos de Henrique Raposo, Francisco Louçã, Daniel Oliveira e Henrique Monteiro. E já agora, numa outra perspetiva, mais esta outra crónica do Henrique Raposo a propósito da defesa da causa ambiental.

França está de luto com a morte de Jacques Chirac, na quinta-feira. De eurocético a europeísta, o ex-Presidente foi uma figura polémica e contraditória quanto baste, protagonizando escândalos diversos. Conhecia a França como poucos. Talvez por isso, e apesar de traído, acabou por vencer tudo e todos na política. Crítico dos portugueses numa primeira fase, Chirac acabou grande amigo do país, como ficou explícito neste retrato traçado por quem com ele privou em variadas ocasiões.

Mudemos de continente. Depois de baixar a criminalidade e tornar Nova Iorque habitável outra vez, o antigo “mayor” Rudy Giuliani passou de herói a um “bajulador inabalável de Trump” – uma mudança “notável mas, acima de tudo, trágica”, segundo um gestor de relações públicas que cresceu na Big Apple. Quem é o homem-chave da trama que levou ao pedido de destituição do Presidente americano?

Com uma vida dedicada ao mar, o sargento-mor António Vieira foi um dos portugueses escolhidos pela União Europeia como “herói do quotidiano”, num projeto que distingue o trabalho de profissionais que contribuem para o desenvolvimento do continente. O seu trabalho é andar no mar, em patrulha e salvamento. Entrevistámo-lo a propósito do Dia Marítimo Mundial, que se assinalou na quinta-feira.

E por hoje é tudo. O Mundo não pára e a atualidade pode continuar a ser seguida no site do Expresso.

Boas leituras e tenha um excelente domingo.