Sondagem

PS e PSD caem na semana dos casos Sócrates e Pinho

Foto Inácio Rosa / Lusa

Foto Inácio Rosa / Lusa

Os dois maiores partidos perdem cerca de meio ponto nas intenções de voto na sondagem Expresso/SIC realizada enquanto a corrupção era debatida na praça pública

Texto Vítor Matos

Com a queda do PS e do PSD nas intenções de voto, António Costa parece ter sido prejudicado na semana em que o PS reagiu aos casos de José Sócrates e de Manuel Pinho, e Rui Rio não terá sido beneficiado por ter colocado os dois processos na agenda política. Os dois maiores partidos sofrem ligeiras descidas no estudo da Eurosondagem Expresso/SIC, cujos inquéritos foram realizados ao longo da semana em que ambas as polémicas dominaram a agenda mediática.

Os socialistas caem 0,5% nas intenções de voto e os sociais-democratas perdem 0,4%. De resto, a “correlação de forças” entre os partidos parece manter-se muito estável, sem alterar de forma definitiva os equilíbrios partidários. Nada na sondagem sugere uma mudança de tendência. Com as legislativas a ano e meio de distância, continua em aberto perceber se António Costa está mais perto de uma maioria absoluta ou se terá de continuar a precisar de apoio de parceiros no Parlamento.

Assim, com este resultado nem o PS mantém a tendência de crescimento a caminho de uma possível maioria (41% não seria suficiente para os socialistas governarem sozinhos) nem o PSD descola para se posicionar como alternativa, mesmo que fizesse uma aliança com o CDS.

Em maio, Rui Rio perdeu o ímpeto inicial que parecia estar a ganhar em março por ter aparecido de fresco na liderança do partido: há dois meses, logo depois da entronização do líder no congresso, os sociais-democratas registaram uma subida de 1,5% nas intenções de voto dos inquiridos. Mas agora a tendência inverteu-se. Não só esmoreceram as intenções de voto como a popularidade de Rui Rio caiu ligeiramente (0,7%). Mesmo assim, o líder laranja reúne 39,7% de opiniões positivas.

Apesar de tudo, está muito distante de António Costa: apesar de o primeiro-ministro também perder 0,7% na popularidade, tem 49,4% de opiniões positivas entre os inquiridos.

Todos os outros partidos sobem ligeiramente, mas de forma pouco significativa: o CDS cresce 0,4%, embora Assunção Cristas sofra uma quebra no índice de popularidade. As pequenas variações positivas do Bloco (0,3%) e da CDU (0,2%) também são contraditórias com a descida na popularidade dos respetivos líderes.

Quem continua estável com uma aceitação estratosférica é Marcelo Rebelo de Sousa, com um saldo de 64%: uma avaliação positiva de 73% e apenas 9% de opiniões negativas.

FICHA TÉCNICA

Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, de 3 a 9 de MAIO de 2018. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por região: Norte (20,6%) — A.M. do Porto (14,7%); Centro (28,3% — A.M. de Lisboa (26,7%) e Sul (9,7%), num total de 1008 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1170 tentativas de entrevistas e 162 (13,8%) não aceitaram colaborar neste estudo. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma resultou, em termos de sexo: feminino — 51,4%; masculino — 48,6% e, no que concerne à faixa etária, dos 18 aos 30 anos — 16,9%; dos 31 aos 59 — 50,9%; com 60 anos ou mais — 32,2%. O erro máximo da amostra é de 3,09%, para um grau de probabilidade de 95%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.