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Ricardo Costa

A Guiné Equatorial vai acabar com a CPLP

Bastaram umas quantas linhas do último prefácio presidencial para que estalasse novamente o verniz entre Lisboa e Dili. Ramos Horta não gostou que Cavaco tivesse dito que a Guiné Equatorial passou a membro de pleno direito da CPLP para não criar um embaraço à diplomacia timorense e disse que isso era uma falsidade. É o que acontece quando se convida um país dominado por uma cleptocracia e por um delfim megalómano a ir “jantar lá à casa”: no fim, ninguém quer ser o responsável pelo convite.

Já escrevi por mais que uma vez no Expresso que a entrada da Guiné Equatorial na CPLP foi um erro histórico, que nos vai sair muito caro. Além de ser um país onde só se fala espanhol - a presença portuguesa foi curta -, é um dos mais desiguais do mundo, dos mais corruptos e ainda hoje um dos estados vistos com mais desconfiança pela União Europeia ou pelos EUA.

Manchar a língua portuguesa com a adesão do sinistro regime de Teodoro Obiang e do seu extravagante filho vai dar cabo da CPLP. A zanga de Ramos Horta com Cavaco foi só o princípio

Ou seja, na adesão da Guiné Equatorial, a comunidade de língua portuguesa quebrou todos os princípios - históricos, políticos e morais - e cedeu a um único valor: o petróleo. O empurrão foi dado pelo Brasil e por Angola, dois países com ambições no Golfo da Guiné, e depois ajudada por todos os outros países, com exceção de Portugal, sobretudo de Cavaco Silva.

Neste processo, os países da CPLP esqueceram que a Guiné Equatorial pode trazer muitos amargos de boca à comunidade e vários embaraços diplomáticos. E sobretudo esquecem o ativo diplomático que é a língua portuguesa, a quinta mais falada do mundo. Manchar a língua portuguesa com a adesão do sinistro regime de Teodoro Obiang e do seu extravagante filho vai dar cabo da CPLP. A zanga de Ramos Horta com Cavaco foi só o princípio.

ALTOS

Belmiro de Azevedo

Empresário

Na hora em que deixa todos os cargos na SONAE, é justo reconhecer o mérito de Belmiro de Azevedo, que se tornou na últimas décadas provavelmente o maior e mais importante de todos os empresários nacionais. Como afirma Nicolau Santos nesta edição do Diário, "Há muitos empresários em Portugal, mas nenhum como ele. Construiu um império e uma das maiores fortunas do país a golpes de visão, engenho e trabalho, muito trabalho. Perdeu várias batalhas mas ganhou muitas guerras. E nunca se coibiu de criticar publicamente os políticos de qualquer quadrante".

Tim Cook

Líder da Apple

O sucessor de Steve Jobs à frente da mais pujante empresa tecnológica do mundo quer criar-nos uma nova necessidade. Mais uma. Será que o Apple Watch vai seguir as pegadas de sucesso de gadgets universais como o iPod, o iPhone ou o iPad?

BAIXOS

Dilma Roussef

Presidente do Brasil

Os escândalos de corrupção que não param. O drama da falta de água que não se resolve. A economia que está aos soluços. Em cima disso tudo, já se fala até em impeachment da presidente.

Martim Silva