Opinião
Ricardo Costarcosta@expresso.impresa.pt
Sampaio da Nóvoa, a absoluta incógnita
Não faço ideia quantos portugueses saberão quem é Sampaio da Nóvoa. Apesar do seu excelente percurso académico e do trabalho feito à frente da Universidade de Lisboa, não é expectável que isso tenha sido muito notado pelos eleitores. E mesmo a sua aproximação à política e, sobretudo, os discursos feitos no 10 de junho e noutras salas mais politizadas, pouco lastro terão deixado fora dos círculos que estão mais atentos a estes assuntos. Quem é, portanto, o candidato Sampaio da Nóvoa? Uma espécie de nova versão do Manuel Alegre de 2006, capaz de arrancar uma boa votação e de quase ameaçar uma segunda volta? Ou uma nova versão de Fernando Nobre, com pouca ou nenhuma consistência política, apesar do excelente percurso profissional? A verdade é que ninguém faz a mínima ideia.
Os seus discursos são capazes de levantar uma plateia de simpatizantes, isso já sabemos. Mas quando vistos à lupa, os textos são vagos, poéticos e pouco consistentes. E neste campo, Alegre era (e é), apesar de alguns anticorpos, um tribuno muito melhor, mais entusiasmante e nacionalista, no bom sentido.
Se o candidato “do outro lado da barricada” for Marcelo, não tem qualquer hipótese. Se for um candidato menos abrangente pode ir fazendo o seu caminho muito devagar, dependendo sobretudo de si
Sampaio da Nóvoa é, acima de tudo, uma grande incógnita, podendo ser um desastre eleitoral ou um razoável candidato, estando dependente de si, dos apoios e dos outros candidatos. Se o candidato “do outro lado da barricada” for Marcelo, não tem qualquer hipótese. Se for um candidato menos abrangente - Marcelo entra na esquerda, apesar de muitos não acharem isso - pode ir fazendo o seu caminho, desde que não diga disparates e mostre o que pensa, que em bom rigor ninguém sabe o que é. Ou seja, no atual panorama presidencial, sem Guterres e com um candidato do PCP, outro do Bloco e Henrique Neto, pelo menos, o PS só tem que tentar encontrar um candidato que consiga forçar a segunda volta. E o centro-direita tem que ter alguém que consiga 50% dos votos mais um, o que, com a exceção de Marcelo ou talvez Rui Rio, não é nada fácil. Na segunda volta logo se vê.
Resumindo, não tenho grande opinião sobre a capacidade política de Sampaio da Nóvoa e acho-o muito frágil. Mas, no atual panorama, e com a extrema fragmentação eleitoral, convém não decretar já a sua morte política.
ALTOS
Duarte Cordeiro
Vice-Presidente da Câmara de Lisboa
Com a saída de António Costa e a subida de Fernando Medina a número um da autarquia da capital, Duarte Cordeiro, ex-líder da jota socialista, passa a vice-presidente da Câmara. E já anunciou um investimento de dez milhões de euros para tapar os buracos em cerca de 100 vias da capital. A ideia é boa. A ver é se não cai em saco roto. Ou se não cai num buraco e se perde...
Ricardo Quaresma
Futebolista
O FC Porto parecia em perda depois da eliminação da Taça da Liga mas ontem deu uma ótima resposta no campeonato, mantendo a pressão alta sobre o Benfica na luta pelo título. E com um Ricardo Quaresma rejuvenescido e a aparecer novamente em grande.
BAIXOS
Fernando Ulrich
BPI
O banco que lidera foi excluído da próxima fase na candidatura à compra do Novo Banco. Alegadamente, por ter apresentado uma proposta de valor excessivamente baixo.
Martim Silva